domingo, 30 de novembro de 2008

Mondego


Corre livre, sem fronteiras
Corre rápido, devagar...
Leva choro, risos, ideias
Leva vida, alma, ar...

Corre livre, leve e solto
Sem amarras para o parar...
Procura fundir-se com outro
Corre livre para o MAR...

Odes, prosas e até versos
Por ele foram criadas...
Porém aqui e além dispersos
Muitos choros derramados....

Do estudante à tricana
De Coimbra aos seus amores...
De mim, de todos os que engana
De texturas, aromas, sabores...

Porque todos já chorámos
Rimos, sentimos o amor...
Porque todos recordámos
Dias felizes, dias de dor...

O seu nome, de Don Diego
Criado de um grito de saudade...
Na verdade, só Mondego
Rio amado de uma Cidade...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Agora...


Agora é o tempo amor...
Podemos esperar que a felicidade nos alcance, podemos tentar ser felizes... mas o tempo é este e não o que vem...
Por isso mesmo Amore Mio... vem!
Que os meus braços já se abrem e a minha boca já pede a tua...
Vem...
Que os sentidos estão despertos e esta noite... serei tua!

"Isso!
Aproxima o teu hálito do meu
E lê nos meus lábios com cio
Os mais raros versos esparsos ao vento.
Isso!
Não te detenhas a hesitar
E arroja essa farta timidez
Contra a minha boca vazia
Cheia de segredos,
Os mais velhos,
Os mais belos!
Isso!
Lambuza-me os pensamentos
Com a tua Loucura
E sê a saliva gasta na palavra "Amor",
Que temos a Eternidade emprestada
A Deus e aos Anjos que estão dormindo.
Isso!
Isso!
Despe-me!
Despe-me ainda mais- despe-te de mim!
Rasga-me a nudez - mas de mansinho!
Deus e os Anjos estão dormindo
E "Amor" é uma ilha de saliva.
Isso!
Isso!
Não hesites nem te detenhas
E arranca loucamente das entranhas
O meu coração contagiado pelo teu,
Que só agora o vento vai começar
A soprar."

P.I.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

...


Ir ou ficar?
Ser ou estar?
Viver ou sobreviver?
Falar ou calar?
Coloco-me estas questões diariamente... e para muitas não encontro resposta!
Porém ao longo da minha jornada fui descobrindo que a primeira opção é sempre melhor que a segunda, mas que por vezes temos de suportar a segunda para atingirmos a primeira!
Estranho?
Nem tanto...
Muitas vezes temos de parar, falar connosco próprios para que depois possamos falar com o nosso "alguém".
Eu fiz isso... falei comigo mesma... falei com "ninguém", ouvi "anónimos" para poder encontrar os meus "sinónimos" e dialogar com o meu alguém!
Sinto-me mais leve, mais solta e mais segura... porque sei que no final das contas...
Existe sempre "ALGUÉM" ....;)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Tentativa


Vou tentar ser mais feliz,
Botar riso nos meus dentes.
Vou tornar-me em quem me fiz
P'ra ser gente como as gentes.

Vou deter papel, caneta
E fazer greve de peito.
Vou brincar com um cometa
Tal qual sei, como é meu jeito.

Vou descer do Céu o Sol
E saltar por entre os raios.
Vou pescar, sem ter anzol,
Rebuçados p'ra catraios.

Vou espalhar num grito breve
Que a mim já não me persigo.
Vou deixar no monte a neve
Ao invés de a qu'rer comigo.

Vou plantar rosas no Mundo
Duma espécie que não morra.
Vou pôr séc'los num segundo,
p'ra que o tempo mais não corra.

Vou ousar não descobrir
os mistérios filosóficos.
Vou cantar, pular, sorrir,
Sem sofismas catastróficos.

Vou esquecer que me esqueci
Do propósito de Ser.
Vou fingir que me iludi
Com metade do Saber.

Vou tentar outro tentar
Sem esgotar a tentativa:
Começar p'lo verbo "amar"
P'ra que a Vida seja viva.

P.I.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Adeus


Despedidas... como as odeio!
Diariamente dizemos "adeus" a conhecidos e desconhecidos
Se ao menos pudéssemos saber quando diremos o último "Adeus" a essa pessoa...
Provavelmente agiríamos de maneira diferente... diríamos o que geralmente deixamos para dizer depois... não diríamos o que dissemos porque estávamos feridos... tudo mudaria!
Rostos familiares atravessam constantemente a nossa vida... muitos revemos, outros nem sequer recordamos... mas o que fazer com aqueles que se imortalizam na nossa alma e a quem não tivemos oportunidade de dizer mais do que um... "Até à próxima, fique bem!"??
Podemos seguir na busca de novos rostos, mas nunca reencontraremos aquele... único e que tanto nos marcou...
Sei que vou tarde e que o tempo já passou, mas se ao menos eu soubesse que seria "Adeus" no sentido literal da palavra...
Eu teria dito que amo, que respeito e que sinto a falta... Teria dito que atravessaria o Oceano se preciso fosse... por um beijo, um abraço... um "Oi"...
Porém agora é tarde e apenas me restam as lembranças... pelo que apenas posso dizer: "Tenho saudades e jamais esquecerei! Adeus!".
Quem sabe ... um dia... noutro espaço, época ou dimensão não revejo o rosto que sempre me fazia sorrir tamanha era a sua doçura...

domingo, 16 de novembro de 2008

Sem palavras!

Palavras para quê?
Cada um interpreta da sua maneira, única... muitas vezes errada... outras tantas certa!
Algumas imagens valem por 1000 palavras... e eu remeto-me ao silêncio!

E depois...


Sinto-me cansada... doente...
Dói-me o corpo e a alma...
Tomo remédios que acalmam as dores físicas... porém ainda não encontrei nenhum que me acalme a alma!
Olho para fotografias em busca do teu sorriso... sorriso que teimas em não me mostrar!
Procuro encontrar nelas o mar que me envolve, a lareira que me aquece... o sorriso que me ilumina!
Estranho sentimento este a que chamamos de Amor... tanto nos leva à loucura como nos mata de tanto doer!
Porém já nem me importo... (às dores físicas eu nem ligo mais) com as dores da alma, com os meus ais...
Sei que depois da tempestade passageira... o teu sorriso aparecerá...
E o meu peito irá calar-se, a minha dor apaziguar-se e o meu sorriso desabrochar...
Sei que serás feliz, pois que os Deuses estariam loucos se assim não fosse...
E eu estarei lá para te abraçar!
E sempre que me perguntam e depois? Respondo com os versos que já li...

"Depois desta, outra Vida já me espera
Com tal luz, que me cega o próprio olhar.
Nesse mundo há só uma Primavera
Com rosas que florescem só no mar!"

E sempre que o mar se revoltar... e as ondas caprichosas se levantarem... saberás que te levam um recado: Um ramo de rosas para entregar!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Poesia


Um dia, um bom amigo disse-me que "O bom filho à Poesia torna!"
Porém eu tento e não consigo encontrar o caminho de volta!
Sinto que perdi a rima, a lírica, a prosa, o verso... a palavra!
Leio e releio os versos que outrora fiz...
Leio e releio a Poesia que esse mesmo amigo faz...
E não me encontro!
Releio-me nos versos de outrem e não me encontro nos meus...

"É dizer que o que digo tem sentido
Sentindo que, no fundo, não terá.
E é condenar-me só por ter nascido
Com um Eu que comigo nunca está."

Ahhh... meu bom amigo... quem sabe....
Se um dia a Poesia não torna a mim!


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Noite

Noite estrelada e fria...
Chegaste devagarinho....
Sussurraste-me ao ouvido palavras de amor...
Acariciaste-me o corpo e o ego... e eu entreguei-me.
Anos de convivência, de entrega, de altos e baixos percorridos juntos...
E mantemos-nos sempre na busca daquele momento... o primeiro... único...
Buscamos sofregamente o sabor a morangos silvestres do primeiro beijo...
Almejamos pelo arrepio da espinha do primeiro toque... da primeira noite...
O teu corpo chega-se ao meu... o meu entrega-se... é teu!
Os nossos corpos já não nos obedecem... conhecem os movimentos...
A minha boca chama pela tua... Os teus braços pedem os meus...
E nesse momento somos um... já não sabemos onde começa um e onde acaba o outro...
O MAR faz-se ouvir ruidosamente...
Como que se nos chamasse...
Desta vez não olho para ele em busca de ti... Olhamos os dois... em busca de nós...
Ele sente a nossa presença... as ondas marcam o compasso...
Revoltam-se a cada suspiro... a cada sussurro...
De manhã... quando acordo sobre o teu peito, olho pela janela...
O MAR está calmo... as ondas brincam com a areia...
Dormes... Saio para que a brisa e as ondas me acariciem o rosto... para que o cheiro da maresia me acaricie a alma...
Brinco com as conchas e os búzios que o MAR me oferece... Deixo que as ondas do mar me acariciem... e mergulho!

Singelo


Na hora da minha Morte
Não se excedam na homenagem...
Basta um simples recorte,
A dizer: "Boa Viagem".

P.I.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

MAR


Ouço as ondas a baterem nas rochas... suaves, meigas... porém tão potentes!
Da mesma forma a saudade bate no meu coração, compassadamente...
A lua reflecte sobre as águas calmas... as estrelas brilham no alto... uma brisa leve acaricia o meu rosto...
Dos meus olhos uma lágrima matreira escapa e acaricia a brisa que a seca...
Calmamente habituo-me à escuridão que me cerca e percorro a imensidão do Oceano à tua procura...
Uma brisa acaricia agora o meu cabelo e passa suavemente pelo meu corpo...
Coloco as mãos no peito enquanto brinco com uma das ondas do MAR...
Sinto cada grão de areia como uma carícia... Tiro a roupa que me aperta e mergulho...
O som do silêncio chega a ser ensurdecedor...e todos os meus sentidos se apuram...
As águas do Oceano, até então calmas... revoltam-se com a minha chegada e envolvem-me numa corrente carinhosa...
Deixo-me ir ao gosto da maré e calmamente entrego-me às águas e à sua vontade...
Sinto que me chamas MAR... e tento ir, porém a vastidão do Oceano que me embala e seduz não me permite avançar...
Calmamente sou empurrada para a praia e deixo que os grãos de areia se colem ao meu corpo... Cubro o meu corpo gelado e sigo para casa...
A lareira aquece-me o corpo e a alma... o fogo brinca lá dentro e sussurra-me que lá fora me espera... o MAR
O Inverno é frio e amargo... regela-nos até aos ossos...
Não vejo o Sol há semanas...
Demasiado tempo e demasiado distante do meu coração...
Sinto que me afundo e anseio por terra firme...
Nunca pensei poder sentir-me tão só...
No meio da escuridão sinto que sou levada...
Nunca pensei sentir-me tão em baixo...
Se ao menos toda a minha coragem e força
Me viessem resgatar deste lugar...
Somos tudo o que dizemos e fazemos
E muitas vezes magoamos quem mais amamos...
Como queria fugir daqui...
E no meio do gelo que me cerca...
No meio do frio que sinto...
Apareces tu... My Angel...
Sorriso sempre pronto, calor na voz...
Amor a rodos numa só palavra... irmão!
E as nuvens descerram-se um pouco...
Dizes que tenho asas e que por isso posso voar...
Sinto o sol a entrar na escuridão que me toldava...
Abro as asas e solto-me das amarras...
E por ti... contigo... Consigo mesmo Voar!
Ich Mag Dich!

sábado, 1 de novembro de 2008

FAMILIA ou AMIGOS?

Família…palavra bonita que usamos para desculpar aqueles que nos ferem mas que por serem FAMILIA desculpamos…
Palavra que usamos para nos aproximarmos daqueles de quem não gostamos, mas que por serem FAMILIA… temos de suportar!
Realmente a vida é estranha… tenho familiares que não me dizem nada… tenho familiares que são mais AMIGOS que familiares e tenho amigos… que são FAMILIA!
No fundo a família não passa do grupo de AMIGOS impostos por natureza… e os AMIGOS no fundo são a FAMILIA escolhida pelo nosso coração…
Hoje sou rica, porque tenho uma FAMILIA que amo acima de tudo… mas estranhamente tenho de dizer que 90% dessa FAMILIA foi escolhida pelo meu coração!
AMIGOS tenho alguns… 90% dos quais impostos pela natureza!
Estranha esta vida que temos! Chamamos de AMIGO a quem queríamos chamar de irmão… e tratamos por família, quem muitas vezes não nos diz nada!
Por isso resolvi quebrar as convenções e tenho orgulho em dizer que ganhei um IRMÃO… que não me é quase nada biologicamente…mas que me diz tanto no coração!
Alguns poderão não entender (e entenda-se que o meu irmão, o biológico, foi imposto, mas é também e felizmente de coração) porém a este MEU IRMÃO, que nunca vi… a quem nunca abracei… no ombro de quem nunca chorei e com quem nunca chorei a rir… a esse… eu só posso dizer:
“ ADORO-TE IRMÃO… Obrigada por existires!”